O elenco do Pelotas ainda está em fase inicial de montagem, mas o meia Clayton desponta como uma das prováveis lideranças. Experiente no futebol gaúcho, o jogador de 32 anos, anunciado na última sexta-feira (26), falou nesta segunda com a reportagem do Diário Popular sobre carreira, questão física e encaixe tático. Além disso, afirmou que pretende chegar à Boca do Lobo antes da abertura da pré-temporada para a Divisão de Acesso.

O meia confirma a projeção de que os trabalhos presenciais do grupo comandado pelo técnico Paulo Porto devem começar no início de março. Enquanto não se apresenta, Clayton treina em casa. “Me disponibilizei a chegar antes para a preparação. Estou há um tempo sem jogar, mas vão ter amistosos. Não é fácil adquirir ritmo tão rápido, mas espero estar muito bem durante a competição”, disse.

A respeito das características da competição que começará em 14 ou 15 de abril para o Áureo-Cerúleo, o jogador enxerga um cenário transformado. “Antigamente a Série A-2 era de muito contato físico, campos não muito bons. Um jogo mais de força. Hoje em dia os times já têm mais estrutura, campos melhores, mais qualidade. Acredito que pelas minhas características posso agregar bastante. Experiência também”, afirmou.

Características e negociação

O executivo de futebol do Pelotas, Filipi Cruz, falou em entrevista recente à Rádio Universidade sobre o processo de acerto com Clayton. Conforme o profissional, o Lobo apresentou ao jogador um projeto para trazê-lo ao clube, mesmo com o meia despertando interesse de outros centros.

“Quando chegou o nome dele, foi unânime. Lógico, ele ganhava muito mais do que foi ofertado. Marcamos uma reunião, ele foi muito solícito. Apresentamos algumas coisas que a gente pensa, de fazer um Pelotas forte dentro e fora de campo. O Clayton entendeu, gostou. O Vinícius [Conrad, um dos vice-presidentes] se reuniu com a diretoria e trouxeram uma ideia”, contou.

Ao DP, o atleta citou ter sempre atuado como meia centralizado. Porém, em seu melhor momento (leia mais no fim da matéria) partia dos lados do campo. “Me adaptei em todas. Onde precisar de mim, acho que vou conseguir suprir as expectativas. Estou preparado, feliz, e espero o quanto antes estar treinando. O Pelotas não merece estar na segunda divisão do Gauchão. É um time de camisa, de massa, tem estrutura. Já joguei contra, sei que é muito difícil jogar aí”, completou.

Tempo sem jogar

Revelado pelo Novo Hamburgo e com passagens por vários clubes gaúchos, Clayton não atua desde 2022, ano em que defendeu Ferroviária (SP) e Manaus (AM). Na última temporada, ficou fora dos planos do clube paulista. Como já noticiou o DP, o jogador vestiu as camisas de Juventude, Caxias, Ypiranga e São José no Rio Grande do Sul, além de clubes como Sport, Criciúma, Botafogo (PB), São Caetano e Operário (PR) fora do Estado.

O auge da carreira do meia foi em 2019, quando marcou 14 gols e deu cinco assistências em 42 partidas pelo time paraibano. O rendimento chamou atenção do Azulão, que pagou R$ 1 milhão ao Belo pela transferência. Após não ter sequência no ABC Paulista, Clayton passou pelo futebol paranaense antes de retornar à Ferrinha e ter curta passagem no Amazonas.